Caros diocesanos. Estamos no mês vocacional. Lembrando de nossos padres, continuamos a refletir sobre as Comunidades Presbiterais, que sempre mais serão constituídas, seja por ideal ou mesmo por necessidade em nossas dioceses. O Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, em seu livro sobre a Identidade e Espiritualidade do Padre Diocesano, afirma que o presbitério (união de todos os padres) é um dos elementos fundamentais de seu ministério. Da correta compreensão de presbitério depende muito a vida do padre diocesano.
Já nos primórdios da história da Igreja, Santo Inácio de Antioquia acentua que o presbítero está ligado, unido aos outros presbíteros. No presbitério, os padres estão unidos entre si por particulares vínculos de caridade apostólica, de ministério e de fraternidade. O princípio desta unidade é a ordenação sacerdotal e a consequente ligação comum com o bispo. O presbítero, através de seu bispo, entra na sucessão apostólica (Pastores Dabo Vobis 17). “A mesma sagrada ordenação e a mesma missão criam, entre os presbíteros, laços de íntima fraternidade, que deve traduzir-se espontânea e alegremente na ajuda mútua, espiritual e material, pastoral e pessoal, nas reuniões, na comunhão de vida, de trabalho e de caridade (LG 28)”. A fisionomia do presbitério é a de uma verdadeira família, de uma fraternidade, criada a partir da graça sacramental da ordenação (PDV 74).
Faz igualmente parte da vida dos presbíteros a missão apostólica para o serviço, numa Igreja particular, junto ao Povo de Deus que lhes é confiado. Bispo e presbitério formam um todo na propagação da fé, na celebração dos sacramentos e no pastoreio do povo. Sob a ação do Espírito Santo, estão intimamente ligados pelo caráter sacramental e pelo serviço à comunidade eclesial (missão). Seu ministério é um serviço como fraternidade presbiteral ou como comunidade presbiteral. Dessa relação de amor e fraternidade todos buscarão forças para sua vida espiritual e dela brotará a necessária eficácia pastoral. A fecundidade de nossa ação evangelizadora dependerá da qualidade de nossa vida fraterna.
A partir desta reflexão e da necessidade que sempre mais vai se criando em nossa diocese, mesmo talvez não tendo sido formados com este espírito, chegamos a formar mais Comunidades Presbiterais, ou seja, comunidades de padres, residindo juntos e atendendo várias Paróquias e municípios, de forma mais colegial, possivelmente a partir do mesmo lugar. Os membros da comunidade presbiteral vivem juntos, rezam juntos, planejam juntos, atendem conjuntamente. Desta forma, os presbíteros que residem na Paróquia São Sebastião Mártir atendem as seguintes Comunidades: Venâncio Aires, Vila Arlindo e Estância Nova. A comunidade presbiteral das Paróquias da área sul da cidade de Santa Cruz do Sul está se estruturando sempre mais, mesmo ainda não residindo na mesma casa. Esta experiência também foi introduzida este ano em Sinimbu/Herveiras; sendo que a Comunidade presbiteral reside em Sinimbu. Outras ainda estão em formação.
Um dos aspectos positivos neste encaminhamento das comunidades presbiterais é a disposição dos padres e adesão dos fiéis das Paróquias a esta forma de vida comunitária, considerando-a ideal para os presbíteros e para um atendimento qualificado às comunidades. O Espírito Santo nos acompanhe em nossa caminhada diocesana; é preciso ouvir sua voz.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul