Caros diocesanos. Após nossas reflexões sobre o tema da santidade, vamos apresentar a Carta Apostólica “Patris Corde” (Com Coração de Pai) do Papa Francisco, por ocasião dos 150 anos da declaração de São José como Padroeiro Universal da Igreja. Nosso Papa apresenta São José como aquele que amou Jesus com coração de pai. É apresentado como homem justo, sempre pronto para cumprir a vontade de Deus. A missão que a Providência lhe confiou fez com que visse o Filho de Deus nascer num estábulo, ser acolhido por pastores, adorado pelos magos; coube-lhe dar o nome a Jesus e, com Maria, apresentá-lo no templo. Mais adiante teve que fugir com o Menino e sua Mãe para o Egito, pois Herodes o queria matar. Quando o Menino completou 12 anos, José e Maria viveram a angústia de perder o Menino, encontrando-o no templo, discutindo com os doutores. Após esta síntese extraída do Evangelho, o Papa Francisco afirma: “Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo”. O documento apresenta São José como o homem da presença quotidiana discreta e escondida, que passa despercebido, mas um santo intercessor, um amparo e guia nos momentos de dificuldade. São José lembra todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, mas que têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação.
O Papa Francisco apresenta São José com diversas virtudes paternas:
O Papa Francisco apresenta São José com diversas virtudes paternas:
- Pai amado: Sua grandeza consiste em ter sido o esposo de Maria e o pai de Jesus. Fez de sua vida um serviço, um sacrifício, um dom total ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora. Na Sagrada Família viveu o amor doméstico, o trabalho, doando sua vida ao serviço do Messias, nascido na sua casa.
- Pai na ternura: José, conhecendo a Escritura, sabia que Deus usava de ternura para com seu povo. Assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-o pela mão: era para Ele como o pai que levanta o filho contra o seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de Lhe dar de comer. Ele via Jesus crescer “em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52). O Papa afirma: “A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José”.
- Pai na obediência: Na Sagrada Escritura os sonhos costumam ser interpretados como meios de Deus manifestar sua vontade: “Com a obediência, superou o seu drama e salvou Maria”. Para salvar o Menino, José não hesitou em obedecer, mesmo tendo que fugir para o Egito. Afirma o Papa: “Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu «fiat», como Maria na Anunciação e Jesus no Getsémani”. Na escola de José, Jesus aprendeu a fazer a vontade do Pai.
- Pai no acolhimento: José confia nas palavras do anjo e acolhe Maria, sem colocar condições prévias. José apresenta-se como figura de homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações, se decide pela honra, dignidade e vida de Maria. José não é um homem resignado e passivo. O seu protagonismo é corajoso e forte, cheio de esperança. A fé dá significado a todos os acontecimentos, sejam eles felizes ou tristes.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul