Palavra do Bispo voltar
12/11/2015 - Ação dos leigos(as) na Igreja

No domingo, dia 15 de novembro, comemoramos os 56 anos de instalação da Diocese, com a posse de Dom Alberto Frederico Etges como primeiro bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul. Antes de ser nomeado bispo, Dom Alberto era assessor eclesiástico da Juventude Universitária Católica (JUC) no Rio Grande do Sul. E depois, como bispo, foi o grande motivador da Juventude Agrária Católica (JAC), da Juventude Estudantil Católica(JEC) e da Juventude Operária Católica (JOC). De todas elas, a que mais se destacou foi a JAC, sendo que Dom Alberto a colocou como uma das cinco prioridades da ação pastoral na Diocese. Na medida em que, durante o Regime Militar, a Ação Católica foi perdendo força, Dom Alberto incentivou a organização dos grupos de jovens e dos movimentos do Cursilho de Cristandade e de Schoenstatt. 
O Concílio Vaticano II (1961 a 1965) deu grande impulso para a ação dos leigos, ao definir a Igreja como Povo de Deus e destacar a vocação e a missão dos leigos para o apostolado. No Decreto Apostolicam Actuositatem, o Concílio afirma que “a missão de expandir o reino de Cristo por toda a terra é exercida, pela Igreja, através de todos os seus membros”. Mais adiante, o Decreto afirma que “a todos os cristãos se impõe o dever luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e acolhida por todos os homens em toda a parte”. Apesar de ressalvar que a missão própria dos cristãos no mundo se realiza pela “coerência da vida com a fé, pela honestidade em qualquer negócio e pela caridade fraterna”, o Concílio também afirma que “os verdadeiros apóstolos, ainda não satisfeitos com esta atividade, dirigem seu esforço no sentido de anunciarem Cristo ao próximo, também por palavras” (AA, 13).
No encalço do Concílio, Dom Alberto motivou as paróquias a instituírem os animadores de comunidades, chamados simplesmente de “leigos” nas regiões onde predomina a colonização italiana. Foram eles que provocaram a renovação das comunidades e suscitaram o surgimento de centenas de catequistas e ministros. Hoje, graças a Deus, contamos com grande número de leigos engajados nos serviços da evangelização. Apesar disso, sempre repetimos o convite a que outros se engajem nos serviços da Igreja, pois existem muitas pessoas “que não podem ouvir o Evangelho nem conhecer a Cristo a não ser através dos vizinhos leigos”. No dizer de São João Crisóstomo, “o que a alma é no corpo, isto sejam no mundo os cristãos” (LG 38).
Faço votos de que as inspirações de Dom Alberto Etges suscitem novos ministérios para a nossa Igreja e que o seu exemplo inspire muitas pessoas a colocarem seus dons a serviço da Igreja como apóstolos leigos, sacerdotes, religiosos e religiosas.


Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano
Ouça a catequese do Bispo