Caros diocesanos. Continuamos a viver a alegria
do Tempo Pascal, que nos faz renovar as promessas batismais com todas as suas
consequências, sobretudo na relação filial com Deus e fraterna com as outras
pessoas. No próximo domingo celebramos o 55º Dia Mundial de Oração pelas
Vocações. Na mensagem do Papa Francisco encontramos o sugestivo título: “Escutar, discernir, viver a chamada do
Senhor”. Ele afirma inicialmente que nossa vida no mundo é fruto de uma
vocação divina e não consequência do acaso. É Deus que vem ao nosso encontro e
deseja acompanhar-nos nas estradas da vida, rumo à felicidade. O Papa destaca
três verbos no processo vocacional: Escutar,
discernir e viver o chamado do Alto, a serviço da salvação no mundo.
Escutar: Deus vem de forma
silenciosa e discreta, respeitando nossa liberdade. Sua voz pode ser sufocada
pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam mente e coração. Por isso
necessitamos escutar com atenção sua Palavra e fazer a leitura de nossa vida
com os olhos da fé, abertos às surpresas do Espírito. Não podemos ficar
fechados em nós mesmos ou imersos nas propostas e estímulos frenéticos da
sociedade que levam facilmente à dispersão e confusão interior, não permitindo
refletir com serenidade o projeto de Deus em nossa vida vocacional.
Discernir: O Santo Padre
continua dizendo que a descoberta da vocação só é possível pelo discernimento
espiritual, ou seja, por um processo de diálogo da pessoa com o Senhor, sempre atenta
à voz do Espírito. Assim o vocacionado chega a fazer suas opções mais profundas.
Francisco ainda acentua que a vocação cristã tem sempre uma dimensão profética.
O profeta é aquele que discerne os acontecimentos à luz da promessa de Deus e
ajuda o povo a vislumbrar, nas trevas da história, os sinais de uma aurora. Ele
supera as tentações da ideologia e do fatalismo e descobre, no relacionamento
com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos
chama.
Viver: o texto papal ainda
destaca que, segundo o Evangelho, nossa resposta não pode ser orientada pela
lentidão ou preguiça, quais espectadores na janela, à espera de tempo favorável,
sem o risco de uma escolha: “A vocação é
hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à
vida laical no matrimônio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida
de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora”.
O Senhor continua a chamar no hoje da
história para viver com Ele e segui-lo numa particular relação de proximidade
ao serviço de seu Reino. Se Ele o fizer, não devemos ter medo, pois é uma
grande graça.
O Papa termina dizendo: “O Senhor
continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos
perfeitos para dar como resposta o nosso generoso ‘eis-me aqui’, nem nos
assustar com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com
coração aberto”.
Estimulados pela palavra do
nosso Papa Francisco, oremos pelas vocações para os diversos estados de vida na
Igreja e apoiemos os que são chamados para que possam responder da melhor forma
possível!
Dom
Aloísio A. Dilli
Bispo
de Santa Cruz do Sul