Caros diocesanos. Continuamos com a atenção especial para o sacramento da Crisma ou Confirmação. Hoje pretendemos destacar a sua importância e a dignidade que merece sua celebração litúrgica, assim como sua consequente vivência na comunidade cristã. Já vimos anteriormente que a Crisma ou Confirmação é o dom especial do Espírito Santo, prometido por Cristo e derramado sobre os apóstolos no dia de Pentecostes, e que foi por estes e seus sucessores, os bispos, transmitido através do sacramento da Crisma ou Confirmação. Pelo mesmo se completa o processo da Iniciação à Vida Cristã de modo que os fiéis, fortalecidos pela graça do Alto, possam tomar-se pela palavra e pelo exemplo, testemunhas autênticas de Cristo e participantes vivos da comunidade cristã. Recebem um novo dom, que é a força de testemunhar a própria fé diante do mundo. O Batismo os fez discípulos de Cristo e a Crisma ou Confirmação os tornou missionários, fazendo credível a sua fé. É preciso manter sempre a unidade dos sacramentos da iniciação cristã: no Batismo, os fiéis recebem o perdão dos pecados, adquirem a adoção filial e entram na comunhão da Igreja, além de participarem do sacerdócio de Cristo; pela Crisma ou Confirmação, recebem o dom inefável, o próprio Espírito Santo, ficando mais perfeitamente unidos à Igreja e convocados ao fiel testemunho de Cristo; pela Eucaristia, são alimentados constantemente e inseridos mais plenamente no Corpo místico de Cristo. Desse modo, crescem na recepção dos tesouros da vida divina e podem alcançar sempre maior perfeição na fé e na caridade, a caminho da santidade. Ao falarmos dos sacramentos da Iniciação à Vida Cristã, não restringimos o processo da iniciação somente à recepção destes sacramentos, como já afirmamos em outras oportunidades.
Diante de tamanha importância do Sacramento da Crisma ou Confirmação, qual novo Pentecostes em nossas comunidades cristãs, a Igreja adverte os pastores e o Povo de Deus, sobretudo os pais cristãos e catequistas da comunidade, para que os batizados possam ser devidamente preparados e receber todos os sacramentos da iniciação crista” com adequada solenidade e caráter festivo, dentro do espírito catecumenal. Neste contexto toma-se igualmente importante a figura do padrinho ou da madrinha, como alguém que acompanha o crismando ou crismanda na recepção do sacramento e que ajuda o afilhado ou a afilhada, sobretudo com o testemunho cristão, para cumprir fielmente as promessas assumidas. É significativa a possibilidade que esta função seja assumida pelo próprio padrinho ou madrinha do Batismo, manifestando a íntima relação dos dois sacramentos. De qualquer forma, seja pessoa idônea: suficientemente madura, tenha recebido os três sacramentos da iniciação crista” e não tenha impedimento canônico. Dentro do novo modo de ver a catequese de espírito catecumenal, passou o tempo em que o padrinho ou madrinha são mais figuras decorativas do que cristãos que acompanham e assumem responsabilidades, junto com os pais e a comunidade.
Por fim, é preciso frisar novamente que a Crisma ou Confirmação nos concede “o Espírito Santo, o dom de Deus”, uma graça extraordinária, e por isso merece toda importância e dignidade celebrativa. Não somos nós que nos crismamos, mas é Deus que nos unge, nos confirma; e nós somos chamados a colaborar com esse dom, com essa graça, como discípulos missionários, espalhando o bom odoF de Cristo nos diversos ambientes de convivência.
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul