Estimados diocesanos. Ainda celebrando o Jubileu de 60 anos da diocese, mesmo já em pleno tempo de Advento, apresentaremos a última mensagem extraída das sábias palavras de nosso primeiro bispo – Dom Alberto Etges, manifestadas na parte final da Carta de Saudação a todos os diocesanos, em que destaca temas que lhe são muito caros: Juventude, Família, Paróquia, Seminário e Vocações Sacerdotais.
“Se conseguirmos estas três grandes coisas: que a juventude viva o seu ideal; que a família cristã atue plenamente a graça do matrimônio; e que a paróquia, miniatura da diocese, se constitua na verdadeira comunidade da família de Deus, firmaremos, sem dúvida, a Cidade de Deus em bases tão sólidas, que seus muros não só resistirão aos assaltos do inimigo externo, mas ainda, o que é mais, garantirão o ambiente todo propício para a verdadeira e total santificação dos filhos de Deus.
Juventude, família, paróquia, eis o trinômio de valores que, se bem atuados, não só garantirão a continuidade dos valores a nós legados por nossos ancestrais, mas ainda os levarão a um florescimento verdadeiramente digno do nosso nome de cristãos. Juventude vivida na graça, família transformada em santuário, paróquia constituída em comunidade, em que todos são irmãos e se amam e se ajudam como tais, nada há que não possa ser envolvido pela graça e informado pelos valores cristãos. E isto é tudo, e isto é o que nos basta. Santificada a vida, tudo estará santificado. A vida no quotidiano, a vida no simples, a vida no comum, a vida das 24 horas do dia!
Para tanto – e aqui voltemos ao início desta carta - basta que nos unamos, primeiramente entre nós do clero, bispo e sacerdotes, que somos os que carregamos a responsabilidade primeira. Clero santo, clero quanto possível numeroso, eis o primeiro requisito para estabelecermos o reino de Deus entre os homens. Estabelecê-lo e levá-lo ao seu verdadeiro florescimento. Por isso, a obra das obras, em nossa diocese, diríamos, em toda a diocese, será a obra do Seminário e a obra das vocações sacerdotais. Obra não só do clero, mas de toda a diocese, clero e fiéis, de modo especial, dos fiéis. Pois é das famílias que vêm as vocações, das famílias é que vêm os nossos recursos para sua sustentação; das famílias e dos fiéis entre os quais há compreensão dos valores morais e religiosos, dos valores eternos da religião. Por isto, saibamo-nos desde já conclamados como para uma grande cruzada: a cruzada das vocações e a cruzada do Seminário. Não é aqui, certamente, o lugar e o momento de traçarmos os rumos e arquitetarmos os planos da ação futura. Isto, logo a seu tempo, faremos e basta que, desde agora, saibamos que esta vai ser a primeira, grande e sempre continuada obra da diocese”.
Concluímos a série de mensagens que apresentaram textos de nosso primeiro bispo diocesano, Dom Alberto Etges, com as palavras extraídas do início de sua Carta de Saudação, em 15/11/1959, as quais expressam seu total espírito de serviço e humildade, e que são concluídas com seu lema episcopal – ‘Parare Domino plebem perfectam’: “Satisfeitas todas as exigências do Direito Canônico e obtida a sagrada ordem do episcopado, estou e estarei a partir de hoje entre vós, mais como irmão do que como pai, mais como amigo do que como superior hierárquico, inteiramente como quem serve, totalmente como quem de si mesmo fez doação, unicamente com o fito de ‘preparar ao Senhor um povo perfeito’ (Lc 1,17)”.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul.