Caros diocesanos. A presente mensagem ainda aborda o AGIR do documento da IVC, aprovado na última Assembleia Geral dos bispos, em Aparecida.
Já afirmamos anteriormente que há quatro Tempos no processo de IVC de espírito catecumenal: Querigma, Catecumenato, Purificação e Iluminação e Mistagogia. Depois de termos afirmado na mensagem anterior que o Querigma é o primeiro anúncio, hoje desejamos nos deter nos outros três tempos, iniciando pelo segundo tempo: o Catecumenato. Este consiste na catequese, propriamente dita, que não é simples doutrina a ser ensinada, pois é o encontro pessoal com Jesus Cristo que sustenta e faz crescer a fé. É formação que proporciona interação entre fé e vida concreta, pessoal e social. Nos subsídios é preciso garantir os critérios mínimos para a elaboração de textos sobre IVC: fidelidade à doutrina dos apóstolos (Creio), centralidade da Palavra de Deus: Leitura Orante (História da Salvação), metodologia que favoreça o encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, integração com a liturgia da comunidade, metodologia interativa, evitando estilo escolar, iniciação à vida de oração pessoal e comunitária, estímulo ao compromisso com a justiça e o serviço à caridade, visão global da pastoral.
O terceiro Tempo é chamado Purificação e Iluminação, o qual culmina com a recepção dos sacramentos. A quaresma é tempo de preparação imediata à iniciação sacramental: nesse tempo se valoriza os ritos penitenciais no catecumenato de crianças e os escrutínios (avaliação de atitudes e modo de vida) dos adultos. Valorize-se o sacramento da Reconciliação com os adultos batizados, com destaque à misericórdia e confiança.
O quarto tempo é a Mistagogia. Esta retoma os mistérios celebrados. As celebrações dominicais são lugar privilegiado da mistagogia: alimentam e sustentam o compromisso da evangelização e da solidariedade. No processo da formação destaque-se a centralidade da Palavra de Deus, a liturgia como catequese em ato, a linguagem adequada, o compromisso social, a partilha de experiências. Merecem atenção particular a família, os adultos, os adolescentes e jovens, as crianças, as pessoas com deficiência, grupos culturais, pessoas em situações específicas, os adultos não suficientemente evangelizados, os movimentos, os catequistas e demais agentes de pastoral.
O documento conclui, afirmando que vivemos um momento de conversão pessoal de todos os membros da Igreja, diante do novo paradigma (modelo) pastoral da IVC. Não faltarão resistências, mas é preciso ouvir o que o Espírito diz à Igreja e colocar a catequese a serviço da IVC. O documento é porta aberta para as dioceses, paróquias e comunidades encontrarem inspiração aos seus projetos de IVC. Para chegarmos a ser uma Igreja – Casa da IVC, necessitamos de formação continuada: com a comunidade, os ministros e catequistas. A IVC seja eixo unificador, bússola que direciona os esforços de toda Igreja no Brasil na renovação pastoral. Confiamos nossos esforços à Mãe Aparecida (300 anos) – Estrela da nova evangelização - e ao apelo do Papa Francisco: “Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos”.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul