No domingo, dia 1º de maio, junto com a memória de São José Operário, comemoramos o Dia do Trabalhador, ou então, o Dia do Trabalho. A comemoração se coloca sob a proteção de São José, que com o seu trabalho na carpintaria de Nazaré sustentou sua família. Foi ali que ele iniciou Jesus no mundo do trabalho, o qual passou “a maior parte dos anos da vida sobre a terra junto a um banco de carpinteiro na oficina de José” (Compêndio da DSI, pg. 157).
O trabalho acompanha o ser humano desde sua origem, sendo que no princípio Deus o convidou a cultivar a terra e a guardar o jardim do Édem em que foi colocado (Gn 2,5-15). Por isso, conforme a Doutrina Social da Igreja, é errôneo associar o trabalho humano ao pecado, que “não é punição e nem maldição”, mas sim uma graça (Compêndio, 155). Santo Ambrósio afirma que “cada trabalhador é a mão de Cristo que continua a criar e a fazer o bem”, uma vez que “com seu trabalho, o homem torna mais bela a criação” (idem p. 159).
O que dificulta a bela percepção do trabalho são as relações de exploração dos trabalhadores e as ofensas à sua dignidade. São elas que estão na origem da carta encíclica Rerum Novarum de 1891, escrita pelo Papa Leão XIII em plena Revolução Industrial.
Em meio ao conflito entre “capital e trabalho”, a Igreja sempre destacou a primazia do trabalho. Ultimamente, porém, o enfoque passou a ser de complementaridade, ressaltando que “de nada vale o capital sem o trabalho e nem o trabalho sem o capital”. Por isso, além de apoiar e motivar a criação de sindicatos, a Igreja também incentiva o diálogo com os empresários, no intuito de formá-los “no espírito da Doutrina Social da Igreja e da responsabilidade social empresarial”. Em nosso meio, esta tarefa está sendo realizada, em grande parte, pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE).
Em sucessivos encontros com empresários da Itália, o Papa Francisco ressaltou a nobreza do seu trabalho, “sempre que se deixam interrogar por um significado mais amplo da vida, multiplicando os empregos e tornando mais acessíveis para todos os bens deste mundo.”
Que Deus abençoe o esforço dos empresários que se empenham em dar emprego aos operários e lhes pagam o justo salário. Que fortifique os sindicatos que estão ocupados em defender os direitos dos trabalhadores. Que abençoe os trabalhadores e as trabalhadoras que, com seu trabalho, aperfeiçoam a obra da criação enquanto obtém o sustento para si e as suas famílias. E que, sobretudo, Deus olhe com carinho para as pessoas que estão desempregadas ou vivem em situação de subemprego, para que, no mais curto prazo possível, consigam sair desta situação.
Que São José Operário, o padroeiro dos operários, interceda por nós!
Pe. Zeno Rech
Administrador Diocesano