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04/03/2016 - Saneamento Básico: responsabilidade compartilhada

Um dos temas abordados no Lançamento do Ano Pastoral nos dias 23 e 24 de fevereiro foi a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, que tem como tema “Casa Comum, nossa responsabilidade”. 
O enfoque da Campanha, como sabemos, é o Saneamento Básico, sendo que o objetivo principal é “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”. 
Ao abordar este tema, as igrejas promotoras convocam as “diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade” a se unirem “na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico”. Para isso, elas se dispõe a debater o assunto com todas as forças vivas da sociedade, entre as quais destacamos as câmaras de vereadores, secretarias do meio ambiente, associações de moradores, sindicatos, clubes de serviço, cooperativas de reciclagem, universidades e escolas. Também se propõe a divulgar o assunto através dos Meios de Comunicação Social, da produção de impressos e do uso dos espaços celebrativos.
Um dos reforços que veio para a presente Campanha da Fraternidade, de forma inconsciente e não desejada, foi a proliferação das doenças ligadas ao mosquito Aedes aegypti. Mesmo que o saneamento básico não seja o único culpado pela proliferação deste mosquito, é inegável que o saneamento deficitário dificulta o seu extermínio. É o que fica comprovado pela maior presença de focos do mosquito nos bairros onde o saneamento básico é mais precário e onde as famílias tem menos cuidado com o descarte dos resíduos.
Nos encontros até agora realizados, ficou evidente que o compromisso com o saneamento básico é de todos. É compromisso do poder público e de cada cidadão em particular. É compromisso de cristãos e de não cristãos, de ricos e de pobres, de moradores da roça e da cidade, de habitantes do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul. Conforme o texto Base (ns.167 e 168): “O cuidado com a Casa Comum exige uma mudança profunda na forma como nos relacionamos com os recursos naturais. Se jogarmos lixo na rua, entupiremos bueiros e, certamente, na próxima chuva forte, teremos de lidar com inundações”. Já ao poder público cabe “a tarefa de realizar as obras de infraestrutura e fazer a coleta seletiva do lixo”. Ninguém, pois, pode se omitir ou “lavar as mãos”. Para termos uma “Casa Comum” bonita e saudável é preciso sair da “zona de conforto” e assumir corresponsavelmente a tarefa de cuidar desta casa. 
Que o Deus Onipresente “nos inspire a caminhar a seu lado na preservação do bonito e saudável ambiente que nos ofereceu na criação” (n.196).


Dom Canísio Klaus
Administrador da Diocese de Santa Cruz do Sul