Estimados diocesanos. Entre os meses temáticos, outubro desponta como mês missionário. Mesmo que sejamos todos discípulos missionários, independente do serviço eclesial que assumimos ou o estado de vida pelo qual nós optamos. Já é nossa tradição apresentarmos, em outubro, um texto relacionado com um missionário ad gentes, ou seja, alguém que deixou sua terra e foi doar-se em lugares mais distantes, seja estado, país ou continente, onde há maior urgência para o anúncio do evangelho. Neste ano apresentamos uma entrevista, realizada pelo jornalista Judinei Vanzeto, com o jovem Pe. Domingos Manoel Rodrigues Lopes, pertencente ao clero da Diocese de Bagé/RS, há mais de dois anos missionário em Moçambique – África, como integrante do projeto: Igreja Solidária, mantido pelo Regional Sul 3 da CNBB. Depois de manifestar sua alegria por pertencer ao projeto, o missionário indicou o que foi motivo de atração particular para fazer esta experiência: o testemunho de outros padres e leigos/as que foram em missão e o desejo de continuidade de uma caminhada permanente de formação, até mesmo para um amadurecimento na missão diocesana ao retornar. Mas deixemos que nosso missionário fale de sua experiência, a partir de perguntas do jornalista, acima citado:
“- Qual sua primeira impressão ao chegar a Moçambique?
Desmitifiquei a imagem de um povo triste ou sem esperança, uma imagem negativa que se forma pela falta de informação e até tendenciosa que é incrustada na sociedade geral. Mesmo sendo recente o fim de alguns conflitos armados, as consequências das guerras, encontrei lá cristãos e muçulmanos maduros e perseverantes em suas experiências de fé. Cristãos com grande proximidade com Palavra de Deus, protagonistas de uma Igreja que valoriza e promove a ação dos leigos, e fortes colaboradores das Equipes Missionárias na acolhida e nos ensinamentos.
- Como se sente colaborando com o projeto Igreja Solidária do Regional Sul 3 da CNBB?
Sinto grande alegria em fazer parte desta continuidade, desta caminhada iniciada há mais de 20 anos pelo Regional e congregações religiosas, e assim ser presença da Igreja com minha maneira de ser e agir, crescendo no aprendizado com os costumes culturais e religiosos do povo Macua. Enfim, não somos melhores por sermos enviados para missão ad gentes, somos apenas ‘simples servos na vinha do Senhor’.
- O que mais gostaria de dizer?
Acredito que estamos no momento de retomar, nas Dioceses e Arquidioceses, esta responsabilidade de cooperação que é tão importante para as nossas Igrejas locais quanto para a Arquidiocese de Nampula. Precisamos nos apropriar desta proposta novamente como um fortalecimento na formação e atualização do nosso clero gaúcho, penso que das ‘nossas façanhas’ (como cantamos no Hino Rio-grandense) a primeira deve ser a coragem de sair de nossa zona de conforto, concretizando a ‘igreja em saída’ que o Papa Francisco pede, desafiando-se em terras estrangeiras”.
Agradecendo o testemunho missionário de tantos irmãos e irmãs, que até deixaram sua terra, sejamos todos discípulos missionários nos ambientes que vivemos e ajudemos os que vão em missão ad gentes, através das coletas missionárias.
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul