Durante os últimos dias, muitas vezes escutamos e repetimos “Votos de Feliz Ano Novo”. Por vezes as palavras soam como meros formalismos, mas outras vezes também vem carregadas com profundos sentimentos. Pessoalmente, ao formular os votos de “Feliz Ano Novo”, desejo que as pessoas se sintam abençoadas por Deus e, particularmente neste ano, que se sintam amparadas pela misericórdia divina. Ainda no contexto do Natal, desejo que as pessoas sintam o abraço carinhoso do Menino Jesus que é o rosto da misericórdia do Pai e a proteção de Maria, a Mãe da Misericórdia.
A Igreja Católica, desde 1966, convoca suas comunidades a que, no dia 1º de janeiro, quando também celebramos a festa de Maria Mãe de Deus, elevem a Deus preces pela Paz Mundial. Os papas publicam uma mensagem com o convite à paz, enfocando temas específicos. Para este ano, a mensagem tem como título Vence a indiferença e conquista a Paz. O Papa propõe ações que levem a superar a “globalização da indiferença”, que se manifesta com Deus, com o próximo e com a degradação do meio ambiente “Nestes e noutros casos, a indiferença provoca sobretudo fechamento e desinteresse, acabando assim por contribuir para a falta de paz com Deus, com o próximo e com a criação”.
Apesar de reconhecer as dificuldades existentes, o Papa mostra-se otimista em relação ao futuro da Paz no Mundo. Diz ele:
Embora o ano passado tenha sido caracterizado, do princípio ao fim, por guerras e atos terroristas, com as suas trágicas consequências de sequestros de pessoas e perseguições por motivos étnicos ou religiosos a ponto de assumir os contornos daquela que se poderia chamar uma «terceira guerra mundial por pedaços», alguns acontecimentos incitam-me a renovar a exortação a não perder a esperança na capacidade que o homem tem, com a graça de Deus, de superar o mal, não se rendendo à resignação nem à indiferença. Tais acontecimentos representam a capacidade de a humanidade agir solidariamente, perante as situações críticas, superando os interesses individualistas, a apatia e a indiferença.
Como Bispo, uno-me ao Papa Francisco para convocar as lideranças comunitárias, os governos e pessoas de boa vontade, a que, nos votos de “Feliz Ano Novo” também incluamos os desejos de paz para as famílias e para a sociedade. E, mais do que isto, que aproveitemos os festejos do Ano Novo para nos comprometer em ser solidários e fraternos. “No espírito do Jubileu da misericórdia, cada um reconheça como se manifesta a indiferença na sua vida e adote um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho”.
Votos de feliz e abençoado Ano Novo!
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano