Caros diocesanos. Aproxima-se a nossa 21ª Romaria Diocesana, com o tema: “Da Cruz nasce a Eucaristia”. Além das temáticas específicas de cada ano, todas as romarias religiosas têm alguns aspectos que são comuns, como o sentir-nos povo de Deus a caminho, o fazer experiência de comunhão e de fé em multidão, o buscar lugares sagrados para celebrar, etc. Em 2022, unidos ao que é comum nas romarias, a diocese vai inaugurar e abençoar o novo Altar-Monumento, dedicado à eucaristia. Primeiramente, desejamos entender o que é um altar-monumento e seu sentido? A nova construção que surgiu no pátio do Seminário São João Batista de Santa Cruz do Sul (hoje também Seminário Propedêutico Interdiocesano) é chamada Altar-Monumento, local de chegada e de encontro de nossas romarias diocesanas da Santa Cruz, onde é celebrada a eucaristia, ponto alto das romarias. Como cantamos em nosso Hino da Romaria: “Vinde todos celebrar, nesta santa romaria. Vamos juntos ao Altar com Jesus e com Maria”. Este local de chegada da romaria diocesana não é um santuário, no sentido oficial da palavra, mas é considerado digno local de celebração, pois ali se reúnem os fiéis das comunidades da diocese, depois de ter caminhado em procissão, durante a qual se reza e se canta; se escuta a Palavra de Deus e se motiva para a missão, se reflete sobre a fé em nossa vida e, sobretudo, se faz a experiência de sermos povo peregrino que busca a plena Luz de Deus, tendo diante de nós, a conduzir-nos, a Santa Cruz, como cantamos: “Bem à frente do caminho há um sinal que nos conduz; o seguimos com carinho, pois da vida é nossa luz”.
Nossa romaria, além de ser da Santa Cruz, é também mariana, dedicada à Nossa Senhora das Dores. Maria tornou-se um santuário vivo do Filho de Deus, o Verbo, a Palavra que se fez carne e veio habitar entre nós (cf. Jo 1, 14). Ela nos trouxe o autor da vida, o Salvador da humanidade, e acompanhou-o, de coração transpassado, ao ser ele transformado em vítima pascal, permanecendo aos pés da Santa Cruz. Ela, primeira e mais fiel discípula do Senhor, nos reúne como família, como Igreja e nos envia para sermos discípulos missionários de seu Filho, como ela o foi e continua a ser, qual modelo e intercessora. A ela nos dirigimos, convidando-a para caminhar conosco, para ensinar-nos a amar como Jesus nos ensinou em sua Páscoa: “Ó Maria, Mãe das Dores, vem conosco caminhar. Vem unir-te aos louvores e este povo ensina amar”. O convite da fé ressoa em nossos corações e sentimo-nos convidados a celebrar, no Altar Monumento: “Vinde todos celebrar, nesta santa romaria. Vamos juntos ao Altar com Jesus e com Maria”. O estribilho do hino aponta para a celebração do Mistério Pascal, onde encontramos o maior sinal de amor que a humanidade já presenciou: “Salve, salve, ó Santa Cruz! És do amor maior sinal. Foi em ti que o bom Jesus revelou-se dom pascal”.
Quem conhece o Seminário São João Batista recorda que no pátio de entrada do prédio há uma caixa d’água, bem elevada, em forma de lindo cálice, recentemente restaurado. Já tendo presente esta configuração, pensou-se em adicionar outro sinal para completar o simbolismo da eucaristia, ou seja, o cálice e a hóstia. Se este seminário foi construído para ser casa de formação de presbíteros da Igreja diocesana, fica muito bem o conjunto eucarístico da hóstia e do cálice. Era necessário, portanto, também erguer a hóstia, sustentada por duas mãos sacerdotais e acolhedoras. Elas saem do chão da terra, qual indicação de que Deus faz surgir as vocações a partir do seio da diocese: das famílias, das comunidades, acolhidas nas casas de formação e apoiadas por todos nós. Em forma de luz, não poderia faltar a escrita da identificação da hóstia, quando consagrada: IHS - Iesus Hominum Salvator (= Jesus Salvador dos Homens). Até a semana que vem, quando continuaremos nossa preparação para a romaria diocesana da Santa Cruz.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul