Caros diocesanos. Está próxima a
realização da nossa 13ª Assembleia Diocesana, momento sempre preparado e
aguardado com expectativa particular, pois ela nos orienta no caminho pastoral a
ser percorrido nos próximos anos em nossa Igreja Particular. Sempre na senda da
tradição da Igreja, sobretudo do Concílio Ecumênico Vaticano II e, mais
recentemente, fiéis às orientações do Papa Francisco, nosso objetivo foi e é
preparar, realizar e projetar este acontecimento com espírito sinodal,
percorrendo juntos o caminho da evangelização no nosso tempo. Iluminados pelo
Espírito e seu santo modo de operar, desejamos interpretar os sinais dos tempos
e, à luz do Evangelho, responder com criatividade e ousadia aos desafios que o
presente momento da história nos propõe. Deverá ser uma profunda experiência de
comunhão e participação, tendo em vista
a missão que Deus nos confia na
Diocese de Santa Cruz do Sul: “Caminhar
juntos é o que mais implementa e manifesta a natureza da Igreja como Povo de
Deus peregrino e missionário” (Documento Preparatório do Sínodo 2023, n. 1).
Este é o modo de ser e operar da Igreja que realiza o ser comunhão no caminhar
juntos, em assembleia, e no participar ativamente de todos/as na sua missão
evangelizadora (cf. Idem, n. 10). Como afirma São João Crisóstomo (séc. V): “Igreja e Sínodo são sinônimos” (Idem, n.
11).
O
longo tempo da pandemia está nos mostrando que ninguém se salva sozinho, pois
estamos todos no mesmo barco e precisamos uns dos outros (cf. FT, n. 32). Mais
ainda, sentimos necessidade do espírito da comunhão neste momento de tantas
polarizações, intolerâncias e violências que nos destroem e nos afastam uns dos
outros. Como lembra seguidamente o Papa Francisco, é preciso construir pontes
que nos aproximam e não muros de separação (cf. FT 276). Por isso, seja a nossa
assembleia diocesana um momento, sobretudo de diálogo, de comunhão e de
participação, a fim de reanimar-nos na missão. Esse é o primeiro sinal do
espírito sinodal e o primeiro testemunho missionário a ser dado ao mundo. Todos
temos a aprender uns dos outros, escutando com humildade os irmãos e as irmãs.
O Documento Preparatório do Sínodo 2023, n. 15, conclui: “Praticar a sinodalidade é, hoje para a Igreja, a maneira mais evidente
de ser ‘sacramento universal da salvação’ (LG, n. 48), sinal e instrumento da
íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano’ (LG, n. 1)”.
Para
este caminhar juntos ou fazer o caminho juntos na comunhão, na
participação e na missão nós precisamos da presença e ação do Espírito Santo,
que ilumina e vivifica. É o mesmo Espírito que atuou na vida e missão de Jesus,
dos Apóstolos, de Maria Santíssima e de todos os discípulos e discípulas, através
da história. Agora chegou a nossa vez, o nosso tempo, na realidade de nossa
diocese. Não percamos a ocasião profética.
Junto
com os diversos aspectos da sinodalidade, será importante também realizar um
processo de avaliação do foco central de nossa última assembleia diocesana
(2016): “Iniciação à Vida Cristã na
Perspectiva de uma Igreja Samaritana”. Certamente progredimos na passagem
de uma catequese doutrinal para uma prática catecumenal mais dialógica, de
encontro com o Senhor e inserção na comunidade. A Leitura Orante da Palavra de
Deus nos ajudou para este encontro mais relacional com o divino. A pandemia
dificultou o aprofundamento dos sacramentos da IVC e a prática das correspondentes
Diretrizes elaboradas. Além de outros aspectos, esse processo precisa ser
aprofundado, especialmente com a caridade, inerente ao ser cristão. A todos desejamos
boa comunhão e participação, virtual e presencial, na assembleia. Que tudo
conduza para uma fecunda missão evangelizadora.
Dom Aloísio
Alberto Dilli
Bispo de Santa
Cruz do Sul