No mês de agosto, mês vocacional, o quarto final de semana é dedicado à reflexão e oração sobre a vocação dos cristãos leigos e leigas. Na Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, o Papa Francisco afirma que “cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente, pode-se contar com um numeroso laicato, dotado de um arreigado sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da catequese, da celebração da fé. A tomada de consciência desta responsabilidade laical que nasce do batismo e da confirmação, contudo, não se manifesta de igual modo em toda a parte” por falta de formação ou excessivo clericalismo (n. 102).
No documento de Estudos n° 107 da CNBB, os bispos alertam que “é um erro pensar que o cristão expressa o seu ser Igreja apenas na comunidade eclesial” (n. 57). Como leigo, ele “transita do ambiente eclesial ao mundo civil para, a modo de sal, luz e fermento, somar, com todos os cidadãos de boa vontade, na construção da cidadania para todos” (n. 38).
É este o sentimento que anima a reflexão e a oração da Igreja no quarto domingo de agosto. Como lembra o Papa Francisco, “a imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos”(EG n. 102). O que se espera deles, em primeiro lugar, é “haver coerência entre ser Igreja e ser cidadão, e uma firme busca por traduzir, no âmbito da sociedade política e civil, o ser cristão” (CNBB, 57). Destaca-se o compromisso político, apontado pelo Papa como “uma sublime vocação e uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (EG, 205).
Em segundo lugar, espera-se que os cristãos leigos alimentem uma espiritualidade apropriada à sua vocação, renovando “sua identidade cristã no contato com a Palavra de Deus, na intimidade dos sacramentos e na oração” (CNBB n. 76).
Em terceiro lugar, “cada um deve auscultar-se a si mesmo e descobrir as aptidões doadas por Deus e como pode exercitá-las em benefício dos outros” (CNBB. 117). Entram aqui as pessoas que colocam seus dons a serviço dos conselhos administrativos e pastorais das comunidades, da animação das celebrações, do serviço da caridade, da catequese e assim por diante. São felizes as comunidades que podem contar com um grande número de pessoas que chegam ao estágio de colocarem seus dons a serviço do bem comum.
Uno-me, neste final de semana, às paróquias no louvor a Deus pelos inúmeros leigos que vivem e testemunham a sua fé. Agradeço pelo belo trabalho desenvolvido nas comunidades, pastorais, conselhos e movimentos eclesiais. Um agradecimento especial às catequistas que se empenham em bem iniciar as crianças e os adolescentes na fé cristã.
A todos, Deus abençoe e fortaleça na missão!
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano