Estimados diocesanos, amantes da Sagrada Escritura. Continuamos no chamado Mês da Bíblia e desejamos encontrar-nos com a Palavra nela contida. O Papa emérito Bento XVI emitiu, em 2010, importante documento pós-sinodal sobre a Palavra de Deus, chamado “Verbum Domini”. Já nos referimos mais vezes a respeito desta preciosa orientação da Igreja em relação à Palavra divina em sua vida e missão. O documento tem como objetivo principal: “Indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial” (VD 1).
Hoje gostaríamos de abordar o tema da fé em relação à Palavra de Deus, enfoque dado, seguidamente, por Bento XVI na “Verbum Domini”. Não podemos considerar a Sagrada Escritura simplesmente como uma palavra humana, mesmo que ela tenha sido escrita por pessoas concretas e em dado momento da história. Os escritores sagrados, inspirados pelo poder do Espírito Santo, tornaram a Palavra um diálogo de Deus com a pessoa humana, a qual encontra nela iluminada a sua própria existência: “Todo o homem aparece como o destinatário da Palavra, interpelado e chamado a entrar, por uma resposta livre, em tal diálogo de amor... Não pode compreender a si mesmo, se não se abre a este diálogo” (VD 22). E conclui neste particular: “Só Deus responde à sede que está no coração de cada homem!” (VD 23). Esta compreensão da Palavra somente é possível através da fé, que nela não só descobre uma bela doutrina ou sábias palavras, mas a presença de Alguém, de uma Pessoa que é o próprio Deus, com quem é possível encontrar-se. No documento pós-sinodal afirma-se esta realidade da seguinte maneira: “Pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo ao Deus revelador ‘o obséquio pleno da inteligência e da vontade’ e prestando voluntário assentimento à sua revelação... Toda a história da salvação nos mostra progressivamente esta ligação íntima entre a Palavra de Deus e a fé que se realiza no encontro com Cristo. De fato, com Ele a fé toma a forma de encontro com uma Pessoa à qual se confia a própria vida” (VD 25).
Esse diálogo entre a Palavra de Deus e a fé, nós o encontramos de forma modelar em Maria Santíssima. Na sua vida a reciprocidade entre a Palavra e a Fé é perfeita: “Nela se realiza perfeitamente a vocação divina da humanidade... A Virgem vive em plena sintonia com a Palavra divina” (VD 27). No Magnificat se percebe sua familiaridade com a Palavra de Deus: “Ela se identifica com a Palavra, e entra nela... Exalta o Senhor com sua própria Palavra... Fala e pensa com a Palavra de Deus... Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-se mãe da Palavra encarnada”. Inspirando-se no modo de ser da Virgem Maria, diz S. Ambrósio: “Cada cristão que crê, em certo sentido, concebe e gera em si mesmo o Verbo de Deus” (VD 28). Em outros termos, acolhendo com fé a Palavra divina, concebemos e geramos o Verbo, a Palavra que se fez carne e veio habitar entre nós (Jo 1, 14). Essa contemporaneidade de Cristo na vida da Igreja se manifesta, sobretudo, no âmbito da sagrada liturgia: “Deus que outrora falou, dialoga sem interrupção com a esposa do seu amado Filho... Na Palavra de Deus proclamada e ouvida e nos sacramentos, Jesus hoje, aqui e agora, diz a cada um: ‘eu sou teu, dou-Me a ti’, para que o homem O possa acolher e responder-Lhe dizendo por sua vez: ‘Eu sou teu’” (VD 51). Na liturgia “a Palavra de Deus é celebrada como palavra atual e viva” (VD 52).
Hoje gostaríamos de abordar o tema da fé em relação à Palavra de Deus, enfoque dado, seguidamente, por Bento XVI na “Verbum Domini”. Não podemos considerar a Sagrada Escritura simplesmente como uma palavra humana, mesmo que ela tenha sido escrita por pessoas concretas e em dado momento da história. Os escritores sagrados, inspirados pelo poder do Espírito Santo, tornaram a Palavra um diálogo de Deus com a pessoa humana, a qual encontra nela iluminada a sua própria existência: “Todo o homem aparece como o destinatário da Palavra, interpelado e chamado a entrar, por uma resposta livre, em tal diálogo de amor... Não pode compreender a si mesmo, se não se abre a este diálogo” (VD 22). E conclui neste particular: “Só Deus responde à sede que está no coração de cada homem!” (VD 23). Esta compreensão da Palavra somente é possível através da fé, que nela não só descobre uma bela doutrina ou sábias palavras, mas a presença de Alguém, de uma Pessoa que é o próprio Deus, com quem é possível encontrar-se. No documento pós-sinodal afirma-se esta realidade da seguinte maneira: “Pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo ao Deus revelador ‘o obséquio pleno da inteligência e da vontade’ e prestando voluntário assentimento à sua revelação... Toda a história da salvação nos mostra progressivamente esta ligação íntima entre a Palavra de Deus e a fé que se realiza no encontro com Cristo. De fato, com Ele a fé toma a forma de encontro com uma Pessoa à qual se confia a própria vida” (VD 25).
Esse diálogo entre a Palavra de Deus e a fé, nós o encontramos de forma modelar em Maria Santíssima. Na sua vida a reciprocidade entre a Palavra e a Fé é perfeita: “Nela se realiza perfeitamente a vocação divina da humanidade... A Virgem vive em plena sintonia com a Palavra divina” (VD 27). No Magnificat se percebe sua familiaridade com a Palavra de Deus: “Ela se identifica com a Palavra, e entra nela... Exalta o Senhor com sua própria Palavra... Fala e pensa com a Palavra de Deus... Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-se mãe da Palavra encarnada”. Inspirando-se no modo de ser da Virgem Maria, diz S. Ambrósio: “Cada cristão que crê, em certo sentido, concebe e gera em si mesmo o Verbo de Deus” (VD 28). Em outros termos, acolhendo com fé a Palavra divina, concebemos e geramos o Verbo, a Palavra que se fez carne e veio habitar entre nós (Jo 1, 14). Essa contemporaneidade de Cristo na vida da Igreja se manifesta, sobretudo, no âmbito da sagrada liturgia: “Deus que outrora falou, dialoga sem interrupção com a esposa do seu amado Filho... Na Palavra de Deus proclamada e ouvida e nos sacramentos, Jesus hoje, aqui e agora, diz a cada um: ‘eu sou teu, dou-Me a ti’, para que o homem O possa acolher e responder-Lhe dizendo por sua vez: ‘Eu sou teu’” (VD 51). Na liturgia “a Palavra de Deus é celebrada como palavra atual e viva” (VD 52).
Dom Aloisio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul
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