Estimados diocesanos. O Papa Francisco emitiu mensagem especial para o Dia Mundial das Missões. Em 2018 ele destaca de modo particular os jovens, uma vez que se realiza o Sínodo Mundial a eles dedicado, mas deseja também dirigir-se a todos, na certeza de que a fé cristã permanece sempre jovem quando se abre à missão que Cristo nos confia. No Sínodo, Deus quer falar aos jovens e através deles a todas as comunidades cristãs.
O Papa afirma que a vida é uma missão ou toda pessoa humana é uma missão; e esta é a razão pela qual se encontra a viver nesta terra. O fato de nos encontrarmos no mundo, sem ser por nossa decisão, faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo” (EG, 273). Ao falar sobre o sentido da vida, Francisco fala carinhosamente às novas gerações: “Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças à fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar”.
Pelo Batismo somos todos membros vivos da Igreja e, juntos, temos a missão de levar o Evangelho a todos. A Iniciação à Vida Cristã integra-nos num fluxo de gerações de testemunhas, onde a sabedoria daqueles que já têm mais experiência se torna valioso testemunho e encorajamento eficaz para quem se abre ao futuro. E, por sua vez, a novidade dos jovens torna-se apoio e esperança para aqueles que estão próximo da meta do seu caminho. Diz o Papa na sua Mensagem missionária: “Na convivência das várias idades da vida, a missão da Igreja constrói pontes intergeracionais, nas quais a fé em Deus e o amor ao próximo constituem fatores de profunda união”.
O Sumo Pontífice ainda se refere à facilidade das comunicações no mundo digital. Tudo parece estar próximo e imediato, mas sem o dom que inclui as nossas vidas, poderemos ter inúmeros contatos, mas nunca estaremos imersos numa verdadeira comunhão de vida. A missão até aos últimos confins da terra requer o dom de nós próprios na vocação que nos foi dada por Aquele que nos colocou nesta terra. Muitos jovens encontram, no voluntariado missionário, uma forma para servir os mais necessitados, promovendo a dignidade humana e testemunhando a alegria de amar e ser cristão. Estas experiências eclesiais fazem com que a formação de cada um não seja apenas preparação para o seu bom-êxito profissional, mas desenvolva e cuide um dom do Senhor para melhor servir aos outros. Estas formas de serviço missionário temporâneo tornam-se começo fecundo e, no discernimento vocacional, podem ajudar para decidir pelo dom total como missionários.
O Papa termina sua mensagem missionária, dizendo que ninguém é tão pobre que não possa dar o que tem e, ainda mais, o que é. E repete o que disse aos jovens chilenos: “Nunca penses que não tens nada para dar, ou que não precisas de ninguém. Muita gente precisa de ti. Pensa nisso! Cada um de vós pense nisto no seu coração: muita gente precisa de mim”.
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul