O final de julho é marcado pelas festas do colono e do motorista.
Sempre que falamos de colono vem à mente a produção de alimentos. A terra, por si só, é generosa e faz crescer as plantas e os animais. São eles que servem de alimento para os seres humanos.
Mas, para que a terra produza frutos, é preciso que exista alguém que plante e cultive. Para que os animais cresçam e se desenvolvam até nos darem o alimento em forma de ovos, leite e carne, é preciso haver alguém que zele por eles e lhes forneça a alimentação adequada. E é aí que entra aquela pessoa que designamos com o nome de colono, e que é essencial para a sobrevivência da humanidade.
A relação dos colonos com a terra é uma relação umbilical e vitalícia. Sem terra não existe colono e sem colono a terra deixará de produzir alimentos.
Infelizmente, porém, muitos trabalhadores da roça estão perdendo a relação de afeto com a terra. Isso acontece, principalmente, com os grandes proprietários, onde a terra passa a ser vista, unicamente, como mercadoria e meio de enriquecimento. Derrubam-se as florestas, deslocam-se os córregos de água, aplicam-se agrotóxicos indiscriminadamente, implantam-se os monocultivos e abandonam-se as sementes crioulas, que são substituídas, gradativamente, pelas híbridas e pelas sementes transgênicas.
Apesar de não condenar o uso de híbridos e transgênicos, a Igreja Diocesana incentiva o uso de sementes crioulas e a produção ecológica. Motivamos as famílias a reservarem algum espaço nas suas propriedades para a produção orgânica. Também motivamos as comunidades a organizarem bancos de sementes crioulas. Ficamos felizes em saber que a “Escola Família Agrícola”, que tem uma turma sediada no Seminário São João Batista, prepara os jovens para produzirem alimentos sem agrotóxicos. Ao mesmo tempo convidamos todos a participarem do 16° Encontro Diocesano de Sementes Crioulas, no dia 27 de julho, na paróquia São João Batista de Arvorezinha. Aliás, é de se destacar que o Banco de Sementes Crioulos da Ação Social Diocesana foi agraciado, em 2014, com prêmio de reconhecimento da Cáritas Nacional.
Parabéns, colonos! Continuem a produzir com amor. Assim saberemos que o alimento que chega à nossa mesa é saudável e nutritivo. Deus vos abençoe!
Padre Zeno Rech
Administrador Diocesano