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11/04/2019 - Quaresma e o Tema da Conversão e da Fé - III

Caros diocesanos. A quaresma vai adiantada e a Páscoa está próxima. Hoje continuaremos nossa reflexão sobre o tema da conversão e da fé, a partir da Palavra de Deus do quinto domingo do Ano C, cujo Evangelho dá destaque à conversão da Mulher adúltera, e seguiremos para a Semana Santa, ponto alto do Ano Litúrgico.
Quinto Domingo da Quaresma: Na primeira leitura (Is 43, 16-21) o profeta Isaías, que viveu o exílio da Babilônia, reaviva a frágil esperança do seu povo com o anúncio da libertação. Será semelhante à do Êxodo, mas terá grande novidade, deixando transparecer um nítido caráter messiânico, que fará o povo louvar o Senhor por suas maravilhas. 
Na segunda leitura (Fl 3, 8-14) São Paulo, conquistado por Cristo e deixando o resto como lixo, deseja conhecê-lo com todas as suas forças e tornar-se semelhante a Ele no sofrimento e na morte, com a esperança de chegar à ressurreição. O apóstolo, esquecendo do que fica para trás (conversão), avança qual atleta, vislumbrando um longo caminho a percorrer, mas possível, com fé e perseverança.
No Evangelho (Jo 8, 1-11), reconhecido como de estilo lucano, Jesus está novamente em contraste com os escribas e fariseus, que se orientam pela aplicação da lei: apedrejar a mulher apanhada em adultério. Jesus adota outra solução: o perdão. Contudo, o texto acrescenta: “Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8, 11). As palavras de Jesus mostram que o perdão é gratuito, mas também exigente. Há misericórdia com o pecador, mas não indiferença em relação ao pecado. O pecador perdoado deve buscar o Senhor com todas as suas forças.
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: O Evangelho do rito da Bênção dos Ramos narra a entrada de Jesus em Jerusalém, segundo os sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas), nos respectivos anos A, B e C. As duas primeiras leituras da missa são iguais nos três anos. Os Evangelhos narram a Paixão e Morte de Jesus Cristo, segundo a versão sinótica nos anos A, B, e C, respectivamente.
A primeira leitura (Is 50, 4-7) apresenta o Servo de Javé, com as seguintes características: o profeta escuta a Palavra de Deus e dirige uma palavra aos abatidos; ele confia em Deus que não o deixará confuso; sabe que o sofrimento e a glorificação estão juntos.
A segunda leitura (Fl 2, 6-11) descreve os gestos humildes do Servo de Javé (Cristo) e a resposta de Deus: entrega voluntária como servo e humilhação na obediência até a morte de cruz; e a exaltação máxima do nome e a submissão de todo universo a Cristo.
O Evangelho do ano litúrgico em curso narra a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, manifestação do amor infinito de Deus por nós. Sua morte não termina no sepulcro, mas conduz à manhã da ressurreição. Sua nova vida é a de todos os cristãos, seus seguidores.            
Desejamos frutuosa Semana Santa para todos e que a Luz do Ressuscitado brilhe em todos nós, qual vela acesa no Círio Pascal.
Dom Aloísio Alberto Dilli 
Bispo de Santa Cruz do Sul
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