As primeiras semanas de outubro são marcadas pelas comemorações do Dia da Criança, Dia do Nascituro e Semana Nacional da Vida. Em todas elas o enfoque é a vida e a atenção que se deve dar às crianças. Coincidentemente, no primeiro final de semana de outubro a liturgia nos desafiava a não afastarmos as crianças de Jesus, mas que, ao contrário, abramos caminho para que elas possam ser tocadas por Jesus: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o reino de Deus é dos que são como elas” (Mc 10,14).
O Dia do Nascituro, ou seja, o dia das crianças que estão sendo geradas no ventre de suas mães (08 de outubro), quer chamar a atenção das famílias e da sociedade para os direitos destas crianças. O primeiro e mais fundamental direito é a vida. A criança que foi concebida tem o direito de nascer. E por isso, nenhum casal cristão pode cogitar a possibilidade de induzir o aborto de uma criança.
O Dia da Criança (12 de outubro) é o dia em que a sociedade é convidada a lançar um olhar sobre as crianças. Não deve ser um olhar apenas de festa e presentes. Mas, acima de tudo, deve ser um olhar crítico, no sentido de rever as políticas públicas para as crianças e o futuro que está sendo preparado para elas. As comunidades eclesiais devem aproveitar este dia para se aproximarem das crianças e mostrar-lhes o carinho que a Igreja tem por elas. Mais do que qualquer outro dia, este é o mais propício para rever até que ponto também nós dizemos: “Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais” (Lc18,16).
Junto com o dia da Criança, a Igreja no Brasil também celebra Nossa Senhora Aparecida, a mãe preta de todos os brasileiros. No momento em que se percebe um acentuado crescimento da intolerância política e religiosa, é oportuno parar diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida e renovar o compromisso de trabalhar por uma sociedade fraterna e solidária. Somos todos irmãos, independente de raça, condição social, religião ou opção política. Maria é a Mãe de todos os brasileiros, e é em torno dela que devemos trabalhar por melhores condições de vida para todos, particularmente das nossas crianças.
As comemorações em torno das crianças se complementam com o Dia do Professor. Se é verdade que os primeiros responsáveis pela educação das crianças são os pais, não podemos esquecer a preciosa ajuda que eles recebem, nesta tarefa, das professoras e dos professores. Em muitas situações, eles devem, inclusive, fazer a tarefa que seria dos pais. Assim eles se tornam, junto com os pais, os principais responsáveis pela formação do caráter das futuras gerações.
Peçamos, pois, a Nossa Senhora Aparecida que, assim como cuidou de seu filho Jesus, zele pelas nossas crianças. Que ela inspire as professoras e os professores a bem cumprirem com o seu papel de mestres. E que sobre todos estenda o seu manto protetor.
Parabéns, crianças, professoras e professores!
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano