Em sua mensagem quaresmal, o Papa Francisco reforça o convite feito por ocasião da publicação da Bula do Ano Santo para que “a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus” (MV, 17). Portanto “a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia”. 

Como obras de misericórdia, o Papa aponta as obras corporais, “através das quais tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados”, e as obras espirituais que “tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar”. Ressalta-se que “as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas”, pois “é tocando a carne de Jesus crucificado no miserável, que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo”. 

Com esta disposição nós iniciamos este sagrado tempo da quaresma, quando também realizamos a Campanha da Fraternidade Ecumênica sobre “Casa Comum, nossa responsabilidade”. De acordo com o hino da Campanha, “é tempo favorável da conversão que te faz mais feliz”. 

Para sermos mais felizes precisamos ter casas limpas e bem cuidadas. E isto é responsabilidade dos governantes e de todos nós. 

A limpeza da Casa Comum, que é o Planeta Terra, além do trabalho coletivo, exige investimentos do governo no saneamento básico e na educação do povo. Já a limpeza da pequena casa, que é o nosso coração, depende unicamente de nós. Podemos, sim, contar com o auxílio da comunidade e também do Espírito Santo. Foi este o convite repetido durante a imposição das cinzas: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Assim, acolhendo as palavras do Papa Francisco, “não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez, confessando-Se a humilde serva do Senhor” (cf. Lc 1, 38).