Estou passando meus últimos dias na Diocese de Santa Cruz do Sul, antes de viajar para a missão de ser Bispo da Diocese de Sinop, Mato Grosso. Confesso que sinto um nó na garganta pelo fato de ter que deixar para trás familiares e amigos que me são muito queridos e com os quais gostaria de seguir a conviver ordinariamente. Mas vou decidido porque um dia eu dei o meu sim a Deus e neste momento estou sendo chamado para uma nova missão. Existe um rebanho que, com a saída de Dom Gentil, ficou sem pastor e está me aguardando para ser o seu Bispo. Em meio a este povo existem muitas lideranças com as quais quero me unir, para juntos podermos cumprir a missão de evangelizar, que é a missão da Igreja.

Quando fui chamado a ser bispo, em junho de 1998, escolhi como lema Evangelizare misit me – “Evangelizar é minha missão”. Sinto-me escolhido, chamado e enviado para evangelizar. E sou muito feliz na missão de servir a Igreja onde ela mais precisa de mim. É também por isso que, depois de longas orações, aceitei o convite que me foi feito pela Igreja para substituir Dom Gentil no pastoreio da Diocese de Sinop, MT. Fui feliz em Santa Cruz do Sul e espero também ser feliz em Sinop. 

Na frente da igreja, conforme ensina o Concílio Vaticano II, encontram-se os bispos na qualidade de sucessores dos Apóstolos. Eles trabalham sob a guia do Papa, que é o legítimo sucessor do Apóstolo Pedro. E é o Papa, em última instância, aquele que nomeia os bispos e os designa para trabalharem nesta ou naquela Diocese. Ele nomeia e também transfere os bispos de acordo com as necessidades que surgem. João Paulo II me designou bispo da Diocese de Diamantino. Bento XVI me nomeou Bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul. E agora, Francisco, ouvidos os seus conselheiros, me nomeou Bispo da Diocese de Sinop. Com alegria aceitei as nomeações anteriores, e é também com alegria que aceito a presente nomeação. Quero cumprir a vontade de Deus que se manifesta, assim o creio, através do pedido do Papa que me foi formulado pela Nunciatura Apostólica.

Agradeço a todas as pessoas que colaboraram diretamente comigo durante os anos em que estive à frente da Diocese de Santa Cruz do Sul. Entre estes destaco os padres, que são os primeiros colabores do Bispo na missão de Evangelizar. Mas também destaco os integrantes dos conselhos administrativos e pastorais, sem os quais a realização da missão teria sido muito mais árdua. Agradeço aos religiosos e às religiosas, aos funcionários da Mitra, aos coordenadores das pastorais e aos MCS. Um agradecimento especial a Dom Sinésio e aos bispos do Regional Sul/3 da CNBB com os quais pude compartilhar dores e alegrias. A todos o meu muito obrigado. 

Continuemos juntos na missão e na oração pedindo que o Espírito Santo ilumine o Papa na escolha do novo Bispo e predispondo-nos a acolhe-lo com alegria, para que o Reino de Deus possa assim prosperar.