Caros
diocesanos. Todos nós temos datas significativas em nossa vida e sempre é bom
recordá-las, trazê-las ao coração, retornando ao primeiro amor (Ap 2,4), para
reavivar constantemente nosso modo de ser e agir (2Tm 1,6). Em 02 de setembro
passado, há 16 anos, eu recebia a ordenação episcopal, em Poço das Antas/RS, pela
imposição das mãos do estimado Dom Ângelo D. Salvador, o qual também daria a
posse em Uruguaiana, no dia 30 do mesmo mês. Outro bispo e cardeal, que muito marcou
minha vida e meu ministério, foi Dom Frei Aloísio Lorscheider, tendo a graça de
conviver com ele por dois anos, em Porto Alegre, na Casa provincial dos franciscanos.
Entre as diversas insígnias com que me presenteou, guardo como verdadeiras
relíquias: uma mitra, um anel, uma cruz peitoral e casula festiva. Mas a
herança mais preciosa foi seu testemunho de vida. Foi conselheiro espiritual no
momento de aceitar a nomeação de Bispo para a Diocese de Uruguaiana, em 2007.
Além das
doações citadas, herdei alguns livros litúrgicos. No Ritual de Ordenação encontrei um manuscrito, em forma de itens, com
o título: “O BISPO”. Gostaria de
apresentar seu conteúdo, para celebrar os 16 anos de ministério episcopal:
·
“Pastores
do rebanho podem contar com uma graça especial no cumprimento do seu
ministério. O sumo sacerdócio.
·
Os Bispos,
sucessores dos Apóstolos, até o fim dos tempos. Pensamento muito importante:
saber-se enviado do mesmo modo que foram enviados os apóstolos. Ter consciência
do seu envio por Jesus Cristo.
·
Servidor
do Evangelho para a esperança do mundo.
·
Para ser
Pastor com Cristo Pastor importa tornar-se um só com Cristo por meio da
caridade (pastoral: o Bom Pastor dá a sua vida por suas ovelhas). Deve amar a
sua Igreja local e ter no coração a solicitude por todas as Igrejas espalhadas
pela terra (cf. 2Cor 11,28).
·
Eclesiologia
de comunhão e missão a ter sempre presente.
·
Magistério,
santificação, governo.
·
O Bispo
portador do testemunho pascal e escatológico.
·
Ser
profeta, testemunho e servo da esperança, infundir confiança, proclamar as
razões da esperança cristã (1Pd 3,15).
·
A
esperança, em tempos de crescente incredulidade e indiferença, é firme apoio
para a fé e incentivo eficaz para a caridade.
·
Como manter
viva a esperança? Só com a luz e consolação que provém do Evangelho.
·
Deus
jamais cessará de construir sendas de salvação e de abri-las à liberdade de
cada ser humano. É sempre preciso descobrir lá onde se trabalha os sinais de
vida capazes de derrotar os germens nocivos e mortais.
·
Duc in
altum in docendo, in sanctificando, in regendo (= Ir para águas mais profundas,
no ensinar, no santificar, no reger).
·
Manifestar
a caridade pastoral de J. Cristo. Como quem serve.
·
O Bispo,
ponto de referência. APÓSTOLO – Cristo edificou e edifica hoje ainda a Igreja
sobre Pedro e os demais Apóstolos. O Bispo garantia da apostolicidade de
sua Igreja Particular, local. É o verdadeiro ICONE. Imagem viva de uma
Igreja viva. Ele é Guia: vigário e legado de Cristo”. Com
as preces de todos/as, possa vosso Irmão-bispo viver com fidelidade essa
riqueza do ministério episcopal!
Dom Aloísio Alberto
Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul