Caros diocesanos. Continuamos
no mês de maio, dedicado especialmente pela tradição popular à Virgem Maria. Em
mensagens anteriores, já refletimos a importância de alimentar a
espiritualidade mariana, destacando-a como Mãe de Jesus e nossa mãe, mas também
como discípula, como seguidora de seu Filho Jesus Cristo, unida ao nosso
discipulado missionário na Igreja.
Nossas
romarias marianas sempre destacam o caminhar na fé com a presença de Maria, Mãe
da Igreja, que nos leva ao encontro de Jesus, seu Filho e nosso Irmão. Com Ela,
a primeira e mais perfeita discípula do Senhor (cf. DAp 266), nós aprendemos
como assumir o compromisso da fé e do amor na obediência à vontade de Deus,
expressa na sua Palavra. Ela ensina o primado da escuta da Palavra na vida do
discípulo missionário. Com Maria Santíssima, fortaleceremos nossos vínculos
fraternos e nos uniremos em família, a família de Deus, pois a Mãe confere
‘alma’ e ternura à convivência familiar, criando o verdadeiro espírito de
comunhão eclesial. Diz o Documento de Aparecida: “Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como
experimentamos muitas vezes nos santuários marianos. Por isso, como a Virgem
Maria, a Igreja é mãe” (DAp 268). Da mesma forma pensa o Papa Francisco na
Exortação Apostólica - Alegria do Evangelho: “Ela é a missionária que Se
aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé
com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco
e nos aproxima incessantemente do amor de Deus... Nos santuários se pode
observar como Maria reúne ao seu redor os filhos... Lá encontram a força de
Deus para suportar os sofrimentos e as fadigas da vida” (EG 286).
Maria é modelo
de como colocar-se à disposição da vontade divina. Ela se coloca totalmente a
serviço: “Eis aqui a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Ela se torna a nova
mulher, a nova Eva. Não mais a que desobedece, mas a que diz “sim” ao plano salvador de Deus. Maria
havia concebido o projeto de Deus, já bem antes da anunciação, ou seja, Maria
concebera antes na fé, no espírito, na mente que no ventre, como dizem os
Santos Padres da Igreja. Com seu “sim”,
ela participa decididamente do mistério da encarnação, oferecendo sua
colaboração e sua cumplicidade a Deus. Jesus é o redentor; Maria é
corredentora.
O documento “Culto
Marial”, do Papa hoje Santo: Paulo VI, nos ajuda na reflexão que fazemos: “Os fiéis que procuram viver com a liturgia o
espírito do Advento, ao considerarem o amor inefável com que a Virgem Mãe
esperou o Filho, serão levados a tomá-la como modelo e a prepararem-se, também
eles, para irem ao encontro do Salvador que vem, bem vigilantes na oração... A
liturgia do Advento... apresenta um equilíbrio cultual muito acertado, que bem
pode ser tomado como norma a fim de impedir quaisquer tendências para separar,
como algumas vezes sucedeu em certas formas de piedade popular, o culto da
Virgem Maria do seu necessário ponto de referência: Cristo” (Marialis
Cultus 4).
Concluímos
nossa reflexão - Com Maria no discipulado de Jesus - recordando cânticos
marianos de romaria, que evocam essa temática: “Pelas estradas da vida, nunca sozinho estás; contigo pelo caminho Santa
Maria vai...”; “Ó Maria, Mãe das
Dores, Vem conosco caminhar. Vem unir-te aos louvores e este povo ensina amar”.
E tantos outros que poderíamos citar.
Dom Aloísio Alberto
Dilli - Bispo de Santa Cruz do Sul