Caros diocesanos. Vivemos o Tempo Pascal por 50 dias na liturgia da Igreja. É um tempo propício para refletir sobre a dimensão da esperança de vida nova que emerge da celebração do Mistério pascal.
O estudo antropológico revela que o dinamismo da esperança está presente no mais profundo do ser humano. Sua própria identidade se move dentro de um constante vir-a-ser, projetando-se para o futuro, pois ele nunca se sente pronto, com realização plena e definitiva. Vive, portanto, um certo estado de insaciabilidade. Mesmo que busque constantemente novidades, muitas vezes se frustra, pois nada parece conduzir ao eterno, ao saciável, uma vez que a fragilidade humana indica para o limite, para o fim, e até para a morte.
Há momentos da vida em que esse dinamismo da esperança aflora com maior evidência, sobretudo em situações de crise, quando se deseja que um futuro melhor se descortine, como no caso das pandemias e outras catástrofes que, de tempos em tempos, assolam a humanidade. O tema da esperança é muito atual em nossos dias: “Esperamos que tudo passe o mais rápido possível”. Onde encontrar sentido para tantas mortes pelo coronavírus do covid-19 ou outras formas de morte mais natural?
Através da história a pessoa humana sempre tentou dar resposta à cruciante pergunta sobre o sentido da sua existência. E há uma quantidade inumerável de respostas. No contexto da II Guerra Mundial, o filósofo ateu Jéan Paul Sartre afirma ser a vida um caminhar para o nada, o vazio, a morte; sendo a vida, portanto, uma “paixão inútil”. Outros, como Albert Camus, apelam para o absurdo da vida. Neste contexto, o grande líder espiritual e pacifista indiano, Mahatma Ghandi, afirma: “Uma vida sem religião é como um barco sem leme”.
Aqui sentimos necessidade de apresentar a visão cristã sobre o sentido da vida, numa dimensão de esperança pascal, mesmo diante da morte biológica, que gravita sobre a nossa existência. Dentro de nós existe uma ânsia de eternidade, uma esperança de plenitude. Fomos criados à imagem e semelhança do Criador (cf. Gn 1, 26-27). Existe em nós a semente da eternidade, da imortalidade, que vem chocar-se com a situação do limite humano, causado pelo pecado, trazendo consigo a morte. Era preciso, portanto, uma redenção para que a vida eterna fosse novamente possível, mesmo tendo que passar pela morte humana. Para os cristãos, esta redenção já foi conquistada por Jesus Cristo e nossa adesão a ela pelo batismo, com vida cristã coerente: “Vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col 3, 3). Aliás, sem esta profissão de fé e prática consequente, os enigmas da vida e da morte tornam-se mistérios insolúveis. Sem Cristo, nossa vida na terra oferece no máximo uma espécie de sucesso vazio, que passa e se esvai como areia entre os dedos. Jesus resume o sentido da vida numa única frase: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna” (Jo 3, 36). O cristão percebe que seu coração está inquieto até que descanse em Deus (cf. S. Agostinho), quando haverá um novo céu e uma nova terra e o próprio Deus estará presente (cf. Ap 21, 1, 3 e 5). Nós cristãos nos damos conta que somos seres a caminho. Não estamos definitivamente em casa, onde nos encontramos. De certa forma, nos sentimos estranhos, neste mundo, pois nossa verdadeira pátria é outra. A morada permanente deverá ser com Deus, na eternidade, se tivermos optado por Ele. Aqui é bom lembrar Bento XVI: “Aquele que crê tem futuro”.
O estudo antropológico revela que o dinamismo da esperança está presente no mais profundo do ser humano. Sua própria identidade se move dentro de um constante vir-a-ser, projetando-se para o futuro, pois ele nunca se sente pronto, com realização plena e definitiva. Vive, portanto, um certo estado de insaciabilidade. Mesmo que busque constantemente novidades, muitas vezes se frustra, pois nada parece conduzir ao eterno, ao saciável, uma vez que a fragilidade humana indica para o limite, para o fim, e até para a morte.
Há momentos da vida em que esse dinamismo da esperança aflora com maior evidência, sobretudo em situações de crise, quando se deseja que um futuro melhor se descortine, como no caso das pandemias e outras catástrofes que, de tempos em tempos, assolam a humanidade. O tema da esperança é muito atual em nossos dias: “Esperamos que tudo passe o mais rápido possível”. Onde encontrar sentido para tantas mortes pelo coronavírus do covid-19 ou outras formas de morte mais natural?
Através da história a pessoa humana sempre tentou dar resposta à cruciante pergunta sobre o sentido da sua existência. E há uma quantidade inumerável de respostas. No contexto da II Guerra Mundial, o filósofo ateu Jéan Paul Sartre afirma ser a vida um caminhar para o nada, o vazio, a morte; sendo a vida, portanto, uma “paixão inútil”. Outros, como Albert Camus, apelam para o absurdo da vida. Neste contexto, o grande líder espiritual e pacifista indiano, Mahatma Ghandi, afirma: “Uma vida sem religião é como um barco sem leme”.
Aqui sentimos necessidade de apresentar a visão cristã sobre o sentido da vida, numa dimensão de esperança pascal, mesmo diante da morte biológica, que gravita sobre a nossa existência. Dentro de nós existe uma ânsia de eternidade, uma esperança de plenitude. Fomos criados à imagem e semelhança do Criador (cf. Gn 1, 26-27). Existe em nós a semente da eternidade, da imortalidade, que vem chocar-se com a situação do limite humano, causado pelo pecado, trazendo consigo a morte. Era preciso, portanto, uma redenção para que a vida eterna fosse novamente possível, mesmo tendo que passar pela morte humana. Para os cristãos, esta redenção já foi conquistada por Jesus Cristo e nossa adesão a ela pelo batismo, com vida cristã coerente: “Vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col 3, 3). Aliás, sem esta profissão de fé e prática consequente, os enigmas da vida e da morte tornam-se mistérios insolúveis. Sem Cristo, nossa vida na terra oferece no máximo uma espécie de sucesso vazio, que passa e se esvai como areia entre os dedos. Jesus resume o sentido da vida numa única frase: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna” (Jo 3, 36). O cristão percebe que seu coração está inquieto até que descanse em Deus (cf. S. Agostinho), quando haverá um novo céu e uma nova terra e o próprio Deus estará presente (cf. Ap 21, 1, 3 e 5). Nós cristãos nos damos conta que somos seres a caminho. Não estamos definitivamente em casa, onde nos encontramos. De certa forma, nos sentimos estranhos, neste mundo, pois nossa verdadeira pátria é outra. A morada permanente deverá ser com Deus, na eternidade, se tivermos optado por Ele. Aqui é bom lembrar Bento XVI: “Aquele que crê tem futuro”.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul
Bispo de Santa Cruz do Sul