Caros diocesanos. Após um ano de presença na Diocese de Santa Cruz do Sul, já foi possível viver momentos inesquecíveis e felizes, assim como experimentar e perceber realidades que trazem preocupações. Uma das situações que faz agradecer e traz alegria é a presença dos numerosos presbíteros, consagrados e consagradas e lideranças leigas; pessoas que amam a Igreja e por ela oferecem o melhor de suas vidas. Contudo, também percebe-se que nosso clero, nossos leigos engajados e consagrados e consagradas estão carecendo de presença mais numerosa por parte dos jovens, como constatou a preparação e realização da 12ª Assembleia diocesana, no final do ano passado. Dentro deste contexto, sem desconsiderar as vocações à vida consagrada e de lideranças leigas, precisamos muito falar sobre as vocações presbiterais na diocese. Faremos isso nas próximas mensagens.
Normalmente, as vocações presbiterais surgem dentro dum ambiente comunitário, em que o futuro seminarista vive sua experiência de fé. O processo adequado de Iniciação à Vida Cristã, o ser coroinha ou a participação em algum grupo juvenil, por exemplo, pode ter decisiva influência em sua futura decisão vocacional. Outras realidades, especialmente a família e a paróquia, contribuem para apoiar e alimentar a vocação dos chamados à vida presbiteral. O Papa Francisco afirma: “Os laços familiares são fundamentais para fortificar a autoestima sadia dos seminaristas. Por isso, é importante que as famílias acompanhem todo o processo do Seminário e do sacerdócio, pois ajudam a revigorá-lo de forma realista” (AL 203). Estas palavras, que nossa própria experiência pode comprovar, contém muita sabedoria. Igualmente é necessário que os seminaristas reconheçam, com maturidade humana e cristã, a realidade de suas famílias e saibam enfrentar eventuais problemas delas. Da mesma forma são sadias e significativas, durante o processo formativo, as experiências de ação pastoral com famílias nas comunidades, pois a elas haverão de servir em seu futuro ministério. É também verdadeiro que no processo formativo deve-se educar para a liberdade interior que permite a justa autonomia em relação à família, durante o tempo da formação e no exercício do ministério. Um sadio distanciamento é exigido pelo chamado do Mestre: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus” (cf. O Dom da Vocação Presbiteral, 148 e Lc 9, 62).
Tendo presente estes ensinamentos, realizou-se no dia 08 de outubro passado, o tradicional encontro dos pais dos seminaristas no Seminário Dom Alberto, em Viamópolis – Viamão/RS. Na mesma ocasião, vários seminaristas foram instituídos com ministérios: de Leitor, de Acólito ou Admissão às Ordens Sacras. Foi uma bela e significativa convivência de pais, seminaristas, formadores e outros mais. A presença do bispo, além de presidir o momento litúrgico, representou a atenção de toda diocese em relação às vocações. Que mais este encontro ajude a estimular todos os diocesanos a cuidar de nossos vocacionados, seja pela oração ou outras formas de apoio, estímulo e ajuda. Os futuros presbíteros de nossa diocese surgirão de nossas famílias e comunidades. Somos todos responsáveis por eles. Façamos nossa parte!
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de santa Cruz do Sul