No domingo, 22 de novembro, a Igreja celebra a Festa de “Jesus Cristo, Rei do Universo”. A festa tem por motivação recordar aos cristãos que nenhuma autoridade pode se sobrepor a Jesus Cristo. É Ele o nosso Rei, a quem nós servimos e seguimos. Nas palavras do Apocalipse de São João (17,14), Ele é “o Senhor dos senhores e Rei dos reis”. Todas as outras “autoridades” devem se sujeitar à suprema vontade do Rei do Universo.
A forma de Jesus Cristo exercer o seu reinado difere muito da forma de como governa a maioria dos reis da terra. O Papa Francisco, ao proclamar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e fazer referência ao modo de agir de Jesus, afirma: “Em todas as circunstâncias, o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia no coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham” (MV n. 8). No chamado de Mateus, Jesus expressou o seu sentimento: “Misericórdia é o que eu quero, e não sacrifício” (Mt 9,13). Ao ser crucificado, em vez de amaldiçoar os seus algozes, rezou: “Pai, perdoai-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23,34).
Junto com a festa de Jesus Cristo Rei do Universo, Santa Cruz do Sul realiza a 39ª Romaria ao Santuário de Schoenstatt. O tema propõe a santidade na família como caminho para a paz no mundo. Unimos, assim, numa única celebração a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt e Jesus Cristo Rei do Universo.
Onde Jesus Cristo reina, existe paz. Onde Maria é aceita como mãe, a vontade de seu filho, Jesus Cristo, é cumprida. É por isso que, no momento em que o mundo se assusta com os recentes atos de terrorismo que vitimaram mais de uma centena de pessoas em Paris, a invocação de Jesus Cristo como Rei do Universo e de Maria como Mãe e Rainha, se transforma em clamor por misericórdia e paz. Quando nos angustiamos com o desastre ambiental provocado pelo rompimento da barragem em Mariana, é salutar confrontar as nossas decisões e os nossos atos com a vontade de Cristo Rei.
O Papa Francisco, ao falar dos atos de terrorismo, diz que “todas as mortes provocadas em nome da fé são blasfêmias contra Deus”. E ao falar do cuidado da nossa casa comum, nos lembra que “Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido. Assim como chorou com o coração trespassado a morte de Jesus, também agora se compadece do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano” (LS, 241).
Que Maria Santíssima, nossa Mãe e Rainha, conforte as pessoas sofredoras, e que Jesus Cristo, o Rei Misericordioso, nos ensine o caminho do amor, da paz e do perdão.
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano