Caros diocesanos. Hoje nossa mensagem quer congratular-se com os leitores ou ouvintes, pois temos motivos especiais para alegrar-nos juntos: celebramos o nascimento de Jesus Cristo, o Natal cristão. Celebrar é tornar presente, é dar vida atual ao que foi evento histórico no passado. Então nós não queremos viver um natal sem a presença do motivo central desta comemoração festiva: o Filho de Deus. Neste ano jubilar da diocese temos razões ainda mais fortes para que a presença de Cristo se torne realidade viva. É Ele o motivo central do jubileu e da celebração do Natal. É por causa dele que estamos felizes e queremos acolhê-lo entre nós em atitude de louvor e ação de graças e de reconciliação, em nossas famílias, comunidades e todos os setores eclesiais de nossa diocese. Um dos prefácios do Natal do Senhor nos ajuda a entender e expressar esse louvor com as seguintes palavras:
“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Por Ele, realizaste hoje (neste tempo) o maravilhoso encontro que nos dá vida nova em plenitude. No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se Ele um de nós, nós nos tornamos eternos. Por esta razão, agora e sempre, nós nos unimos à multidão dos anjos e arcanjos, cantando (dizendo) a uma só voz: Santo, santo, santo...”.
Assim vemos que o Natal do Senhor traz novo sentido para a vida humana, recebendo ela uma dignidade incomparável: Deus, assumindo em Jesus Cristo a natureza humana, vem unir sua divindade à nossa humanidade, dando-nos acesso à vida divina, o que sempre foi o projeto de Deus: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou” (Gn 1, 27).
Esta teologia faz a Igreja rezar no dia do Natal: “Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser humano e mais admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade” (Oração do Dia - Missa do Dia). Ou ainda: “Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam os seus dons, e dai-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade” (Oração Sobre as Oferendas - Missa da Noite).
O Natal, como nós podemos ver, é também a festa da reconciliação humana com Deus. A iniciativa vem de Deus. Seu amor oferece a misericórdia e nós a acolhemos quando rezamos: “Sejam do vosso agrado, ó Pai, as oferendas da festa de hoje, que nos trazem a perfeita reconciliação e a plenitude do culto divino” (Oração Sobre as Oferendas - Missa do Dia).
Com esta riqueza teológico-litúrgica das celebrações natalinas os verdadeiros cristãos não se contentam simplesmente com figuras míticas e fictícias de Papai Noel que, sempre mais, induzem a um natal pagão no momento de celebrar o nascimento do Filho de Deus, nosso Salvador e sentido último de nossas vidas. Por isso, seja bem jubilar o nosso Natal: cheio de Ação de Graças e de Reconciliação, com a presença do Deus da Vida e do Amor que nos enche de esperança! Neste clima, nós desejamos para todos os diocesanos e demais ouvintes e leitores um Feliz e Santo Natal! O Deus Menino abençoe a todos!
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul.