Caros
diocesanos. Ainda sensibilizado pelas manifestações carinhosas, na passagem do
aniversário e da festa de São João Batista, nosso padroeiro diocesano, desejo
agradecer profundamente a todos e todas, sobretudo aos que entraram em comunhão,
em espírito sinodal, para fazermos o caminho juntos, e participaram da missão
de ser profeta – aquele que fala em
nome de Deus; da missão de ser sacerdote
– aquele que celebra a vida de seus fiéis, para que se encontrem sempre mais
com Deus; de ser o pastor, aquele que
cuida de seu povo, neste momento da história, em nosso caso, da Diocese de
Santa Cruz do Sul.
Chegar aos 75
anos de vida, neste contexto, significa que não devemos tanto honrar a pessoa
do Bispo ou enaltecer o exercício de seu ministério, mas a graça de Deus que,
através dele, se manifestou, como afirma João Batista, nosso padroeiro: “Ninguém pode atribuir-se coisa alguma, se
não lhe for dada do céu” (Jo 3, 27). Em relação a este santo, o evangelho diz
que “a mão do Senhor esteva com ele”
(Lc 1, 66), ou seja, Deus estava agindo através de seu servo, fazendo-o
administrador de sua graça, como diria São Pedro: “Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque
à disposição dos outros o dom que recebeu” (1Pdr 4, 10). Por isso, assim
como Maria, podemos exclamar: “A minha
alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque
olhou para a condição humilde de sua serva... porque o Poderoso fez por mim
grandes coisas. Santo é o seu nome” (Lc 1,46-49).
Mas também, diante
de nossa pequenez ou de nossos limites e frustrações, por vezes, nos sentimos tentados
a exclamar como Isaías: “Trabalhei em vão,
gastei minhas forças sem fruto” (Is 49, 4); mas para nossa surpresa, o
Senhor também poderá nos chamar, animar e enviar, com sua graça santificadora,
dizendo o mesmo que disse para o profeta Isaías: “Eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os
confins da terra” (Is 49, 6).
Era dentro
desse modo de pensar e crer que eu afirmava na homilia de posse, há quase sete
anos, em nossa linda catedral: “A
nomeação para a Diocese de Santa Cruz do Sul, pelo Papa Francisco, foi acolhida
por mim como um chamado divino para administrar sua multiforme graça, tentando
colocar a serviço de todos o dom recebido... É o Senhor que, através da
mediação universal da Igreja, me escolheu, ungiu e enviou para evangelizar,
santificar e servir”. E acrescentava
ainda: “Vosso novo Bispo vem com
humildade e de forma simples, com vontade firme de servir a todos/todas, em
nome do Senhor”.
Hoje agradeço
a Deus por tudo que aconteceu entre nós e peço perdão por aquilo que poderia
ter sido melhor, ao menos de minha parte. Contudo, nosso ministério episcopal
continua, além dos 75 anos, e com toda normalidade. Neste momento, serve o
lema: ‘O mínimo de interrupção e o máximo
de continuidade’; até que o Santo Padre, o Papa Francisco, nomear novo
Bispo para a Diocese de Santa Cruz do Sul. Este seja muito bem-vindo e
torne-se, pela graça de Deus e nossa fervorosa oração, o Mestre, o Sacerdote e
o Pastor que a diocese necessita, para este momento de sua história. E eu, então,
deverei dizer e agir, como o disse e fez São João Batista: “É preciso que ele cresça, e eu diminua”
(Jo 3, 30).
Agradeço a
todos/todas que se uniram e se unem à missão de ser profeta, sacerdote e pastor
do povo que Deus nos confiou nessa diocese. O Senhor vos abençoe!
Dom Aloísio Alberto
Dilli - Bispo de Santa Cruz do Sul