Caros diocesanos. No segundo semestre do ano, temos a alegria de celebrar o sacramento da crisma ou confirmação, em muitas comunidades. Por este sacramento, nossos jovens ou adultos recebem os dons do Espírito Santo em sua vida, assim como os apóstolos e a Virgem Maria, em Jerusalém, no dia de Pentecostes. Desta forma, eles estão renovando, por responsabilidade própria, o que os pais e padrinhos prometeram, em seu nome, no dia do Batismo. E mais. Eles, com a força do Espírito Santo, recebem a graça de se tornarem discípulos missionários de Jesus Cristo, participando mais plenamente na vida da comunidade cristã. Parabenizamos todos os que chegam ao ponto alto da Iniciação à Vida Cristã e recebem este importante sacramento em sua vida; contamos com sua presença ativa e permanente nas comunidades, agora, como adultos na fé.
Infelizmente, com muitos jovens ou adultos, depois de serem crismados, acontece um afastamento de Jesus Cristo e sua Igreja. É uma verdadeira contradição, pois ao receberem os dons do Espírito Santo, estão em condições de serem cristãos mais coerentes e participativos na vida da Comunidade. Portanto, talvez não deveriam ter recebido o sacramento da crisma, pois não entenderam o seu verdadeiro sentido e, consequentemente, deixaram de vivê-lo, tornando-se, muitas vezes, contratestemunhas.
Nossa alegria é saber que muitos dos jovens e das jovens, com a recepção deste sacramento, ponto alto da Iniciação à Vida Cristã, de fato sentem-se confirmados em sua vida cristã e querem assumir maiores responsabilidades na Igreja em pastorais e nos diversos serviços da comunidade. Este é também um dos momentos mais adequados para se pensar na decisão vocacional. O jovem se pergunta em que forma de vida vai servir na sua Igreja. Por que um jovem ou uma jovem não pode pensar no sacerdócio ou na vida consagrada? Este é um assunto de vital importância. Em nossa diocese, por exemplo, temos falta de presbíteros em paróquias, em setores de pastoral, nas frentes missionárias, etc.. A metade dos nossos padres são relativamente idosos (de 65 anos ou mais). Em breve teremos dificuldades de atendimento sacerdotal a muitas comunidades. Todos sentimos necessidade de mais Padres e Irmãos/ãs e os pedidos se repetem, solicitando a sua presença e atuação em nosso meio, nos mais diversos campos de pastoral. Acreditamos que Deus está chamando mais jovens para esta forma de vida. Por isso, teremos que assumir, em conjunto, uma espécie de “mutirão vocacional” pela oração permanente; pelo cultivo dos ambientes onde nascem as vocações (família, escola, comunidade...); pelo incentivo aos jovens vocacionados para que sejam abertos ao convite de Deus; pela consciência das famílias para que reconheçam a bênção e apoiem os filhos/filhas chamados/as; pelo testemunho de vida feliz, alegre, entusiasta e de santidade no serviço do Senhor, por parte dos sacerdotes e pessoas de vida consagrada (DAp 315).
Nossos seminaristas estão animados e esperam por novos colegas. Há também um bom número de jovens que estão sendo acompanhados pelo Animador Vocacional. Estes candidatos continuam seus estudos e trabalhos, mas com encontros periódicos.
Se todos assumirmos a causa vocacional da diocese, Deus não deixará de chamar muitos jovens para trabalhar na sua messe. Deus é fiel. Assumamos a nossa parte.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul