Caros diocesanos. Em novembro passado realizamos nossa assembleia diocesana, quando procuramos realizar uma caminhada de espírito sinodal (“synodos”), tão recomendada pelo Papa Francisco, como experiência de “caminhar juntos” na Igreja. As decisões tomadas exigem pessoas para as diversas funções diocesanas e paroquiais. Por isso, estamos em tempos de concretizar transferências, posses dos novos Párocos e apresentação de novos Vigários em diversas Paróquias. Que a palavra “posse” signifique, antes de tudo, “colocar-se a serviço” dos irmãos e irmãs de uma determinada porção do Povo de Deus.
As transferências dos presbíteros continuam a ser parte deste fazer o caminho juntos e sempre se torna uma missão delicada para o bispo e seu colégio de consultores. Igualmente, não é fácil para os que são transferidos e suas respectivas comunidades. Também aqui é preciso que tenhamos o espírito missionário de Igreja em saída, como fala o Papa Francisco, pois alguns são convidados e enviados para novos caminhos; outros chegam e precisam ser bem acolhidos, acima dos projetos e gostos pessoais.
Manifestamos nossa gratidão pela disponibilidade do clero para acolher as nomeações, mesmo às vezes com dificuldades, mas com aquele espírito evangélico de servir onde a Igreja necessita, como prometido na ordenação presbiteral. Aliás, alguns padres, ao serem transferidos, repetem a promessa que emitiram ao serem ordenados. Agradecemos também às comunidades que enviam seu padre para outra missão e acolhem com alegria e esperança aquele que chega para servir. A partir do espírito do Evangelho, ninguém deve ir para uma comunidade a partir do seu gosto ou imposição pessoal, mas cada um é convidado a evangelizar o povo ao qual for enviado. E este povo é convidado a acolher o presbítero que vem. Nossa vida e missão evangelizadora deve acontecer com o bispo, os padres e diáconos, os consagrados/as, os leigos/as que fazem parte de nossa diocese e comunidades. Não existe uma Igreja imaginária ou idealizada na perfeição, mas há pessoas humanas chamadas por Deus e enviadas em nome da Igreja (santa e pecadora) como discípulos/as missionários/as nas comunidades e que se colocam a serviço do Reino, assistidos/as pela graça divina, como nos revelam os textos bíblicos das primeiras comunidades cristãs.
É também ocasião para renovarmos nosso compromisso de rezar pelas vocações e fazermos nossa parte a fim de que não faltem nas comunidades, no presente e no futuro, operários na messe do Senhor em todos os estados de vida. Não basta sermos exigentes e críticos com quem é destinado a atuar entre nós. Precisamos também preparar estas pessoas que se tornam os futuros presbíteros, desde as famílias, comunidades e casas de formação. Isto significa rezar pelas vocações, certos de que Deus não deixa de chamar operários para sua messe; apoiar e acompanhar os candidatos; dar-lhes condições de discernimento num processo de formação humana, cristã e ministerial. É um bom momento para refletirmos sobre o modo de como nós acompanhamos e apoiamos nossas lideranças comunitárias, nossos candidatos à vida diaconal, presbiteral e religiosa, além de caminhar junto com os ministros já ordenados. O Senhor abençoe o reinício de caminhada em nossas comunidades cristãs.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul