Na reunião do Conselho Diocesano de Evangelização do dia 28 de junho, Frei Vanildo Luiz Zugno fez uma bela introdução à leitura da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laeticia – “sobre o amor na família”, do Papa Francisco. É um texto a ser estudado por todas as lideranças eclesiais e ser lido por todas as famílias cristãs.
Um dos aspectos destacados por Frei Vanildo é o reconhecimento da existência de uma grande variedade de famílias. Existe a concordância de que a família ideal, como nós a concebemos no Ocidente, está passando por uma grande crise. Isso também confirma a afirmação de que “não existe família perfeita”.
O fato de a Amoris Laetitia ter sido escrita no contexto do Ano da Misericórdia, aponta para a necessidade de usarmos misericórdia com as famílias que estão passando por dificuldades e com aquelas que, na nossa concepção, foram constituídas de forma irregular. Não nos cabe condenar ou afastar, mas sim acolher e integrar. O Papa lembra que “ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho”.
Na aplicação das leis, precisamos usar a criatividade pastoral, cientes de que “o Direito Canônico não é uma camisa de força, mas sim uma referência”.
Precisamos organizar o serviço de acompanhamento às famílias em todas as etapas. Acompanhar os namorados, os noivos, os casais em seus primeiros anos de vida matrimonial, os casais que passam por dificuldades, os casais em segundas núpcias e assim por diante. Em relação aos casais separados, não casados no religioso ou em segundas núpcias, precisamos analisar cada caso, discernindo as situações e buscando a melhor forma de ajudá-los a viverem a sua fé. Ao final de tudo, precisamos integrá-los na comunidade, uma vez que “ninguém é excomungado” por viver em situação irregular o seu casamento.
Apostemos na Pastoral Familiar e continuemos a propor o ideal de vida familiar. Não deixemos, porém, de lado as famílias que estão feridas e machucadas. Ao exemplo do Bom Pastor que deixou as noventa e nove ovelhas no campo e foi em busca daquela que se havida perdido, tenhamos coragem de também ir em busca das famílias consideradas perdidas. Tomemos as famílias feridas e machucadas em nossos ombros e as carreguemos ao encontro da comunidade, onde encontrarão alivio para as suas dores. Já para as famílias que estão vivendo em situação irregular, dizemos: não tenham medo de procurar a sua comunidade porque lá encontrarão apoio e misericórdia.
Pe. Zeno Rech
Administrador Diocesano